O que era “impressão”, agora está consolidado em números. O Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que o Maranhão é o estado com o maior número, relativamente, de quilombolas do país. São 269.074 que se autoidentificaram, isto é, 3,97% da população residente no estado. O percentual nacional é 0,65% da população residente no Brasil. 

Em números absolutos fica atrás apenas da Bahia, onde 397.059 pessoas se autodeclararam quilombolas. Relativamente, essa população representava 2,81% do total de recenseados naquele estado. 

Já Alcântara é o município do país com maior proporção de população quilombola: 84,6%. São 15.616 quilombolas para um total de 18.466 habitantes. 

Em termos absolutos, o número de quilombolas alcantarenses somente é superado pelos municípios do Senhor do Bonfim (15.999) e de Salvador (15.897), na Bahia. O segundo município maranhense com maior número de pessoas residentes quilombolas é Itapecuru Mirim. São 14.488 pessoas.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27 de julho) em todo o país. No Maranhão, a Secretaria de Estado da Igualdade Racial (SEIR_MA) acompanhou a apresentação dos números, representada pelo secretário Gerson Pinheiro e a equipe de assessores. O superintendente José Reinaldo Jr. e a técnica Patrícia Borges explicaram a metodologia utilizada no levantamento a partir de duas questões: se a pessoa se considerava quilombola e qual o nome da comunidade a qual ela pertencia. Informaram que houve treinamento específico dos recenseadores e sensibilização das comunidades. Em seguida, mostraram números, tabelas e mapas.    

Também chama a atenção o percentual de municípios do Maranhão em que há quilombolas. Maior que o percentual nacional. Dos 217 municípios maranhenses, em 109 deles, 50,2%, havia pessoas pertencentes ao recorte quilombola. No país, de 5.570 municípios, em 1.696 deles, 30,4%, há população quilombola.

Para o secretário Gerson Pinheiro, “com esses números do Censo 2022, o governo Carlos Brandão poderá planejar de forma mais precisa as políticas de reparação histórica com o povo preto”. “Consideramos positivo que pela primeira vez, em 150 anos de Censo Demográfico, a pesquisa do IBGE produza um retrato da realidade dos quilombolas e de suas comunidades”, conclui Gerson Pinheiro.

INDÍGENAS

Ao final, o superintendente José Reinaldo Jr. anunciou para o dia 7 de agosto a divulgação do Censo da População Indígena, também inédito.